sábado, 2 de novembro de 2013

Cazuza, O Tempo Não Para



Instável e desafiador, mas também extremamente sedutor, Cazuza vivia sua confortável vida de garoto da Zona Sul sob a cerrada vigilância da mãe. Mas Cazuza queria muito mais. Ele queria tudo, ao mesmo tempo, em um agora permanente. Descobriu que a música era a melhor maneira de expressar essa urgência que não tinha começo, não tinha fim, não tinha foco. Junto com os Barões, Cazuza viaja, conhece o Brasil, vive novos afetos. Para atenuar a intensificação de conflitos familiares, é intimado a trabalhar com o pai, diretor de uma gravadora. Mas ele sempre quis viver cada vez mais intensamente, romper limites. O diagnóstico de que era portador do vírus HIV foi recebido pelo jovem artista com desespero, seguido da busca de novas formas de tratamento para uma doença que na época representava uma sentença de morte em curtíssimo prazo. E foi justamente sob esta condenação que Cazuza deu provas de uma coragem sem precedentes no país: expôs a doença e sua deterioração física, apresentou-se em público em shows comoventes, não abriu mão dos poucos prazeres que lhe restavam, disposto a viver o tempo que tivesse como sempre quis: fiel a si mesmo e aos seus sentimentos. No curto futuro duvidoso que viveu, Cazuza nunca mentiu para si mesmo ou para as pessoas que amava. Cazuza morreu em 1990 aos 32 anos.

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