Historicamente falando e cronologicamente situado, a origem
do Rock and roll encontra-se no contexto do pós-guerra nos EUA e na mistura de
estilos como o blues, o country, a música gospel e o folk e, dificilmente,
pode-se atribuir a uma única pessoa, sua procedência. No entanto, muitos
consideram Charles Edward Anderson Berry, conhecido no mundo da música com o
nome artístico de Chuck Berry, como
um dos precursores e um dos maiores representante do rock and roll.
Nascido em 18 de outubro de 1926, em bairro negro de classe
média, em St. Louis, Missouri, Chuck Berry é um guitarrista, cantor e
compositor americano de grande reconhecimento. Foi eleito pela revista Rolling
Stone, o 5º maior artista da música de todos os tempos, e o 5º melhor
guitarrista do mundo.
Desde criança, o interesse pela música o acompanhou. Filho de
pastor protestante, Chuck cantava em corais evangélicos, levado pelo pai.
Adolescente, teve o primeiro contato com uma guitarra, e sua primeira
apresentação musical ocorreu no colégio em que estudava, o Sumner High School,
fazendo um cover de “Confession the Blues”, de Jay McShann.
Aos 14 anos, quando cursava o ensino Médio, Berry cumpriu pena
de prisão em um reformatório, de 1944 a 1947, por tentativa de assalto à mão
armada. Ao ser libertado, o interesse pela música fica “esquecido por um
tempo”. Chuck resolve constituir família, casou-se e foi trabalhar numa fábrica
de montagem de automóveis, a General Motors.
Em 1952, de volta ao cenário musical, formou um trio com o
baterista Ebby Harding e o pianista Johnnie Johnson, que o acompanhou nas
décadas seguintes. Tocando profissionalmente em uma banda de estilo
blues-country, logo Chuck se destacaria. O grupo em que tocava guitarra mudou o
nome para Chuck Berry Combo. Em 1955, já
era uma das bandas que tocava em clubes noturnos mais famosos de St. Louis.
No início de sua carreira, Chuck Berry foi influenciado por
Nat King Cole, Louis Jordan e Muddy Waters, que o apresentaria a Leonard Chess,
da Gravadora Chees Records, em Chicago. Tal encontro, mudaria a vida do jovem
desconhecido guitarrista, iniciando uma época de grande sucesso. Berry lançaria
suas gravações mais famosas como “Ida May”, mais tarde regravada como
“Maybellene”, de 1955 e Wee Wee Hours.
Em aproximadas 40 canções, gravadas na maioria, na segunda
metade da década de 50, Chuck Berry sintetizou o formato rock and roll,
mesclado com o blues e o country, com um desafiador olhar jovem, numa dicção
perfeita e diferentes solos de guitarra.
Sua vida pessoal, entretanto, é marcada por polêmica. Problemas com a lei o acompanharam durante
anos. Seria preso novamente no final de 1959, acusado por empregar uma
adolescente apache de 14 anos, que conheceu no México, que falava espanhol e
trabalhava como garçonete e prostituta no Texas, para trabalhar na chapelaria
de uma de suas casas noturnas. Depois que a demitiu, ela foi à polícia. Chuck
foi condenado a dois anos de prisão em Indiana.
Em 1963, quando foi solto, muitas de suas músicas estavam
sendo tocadas em discos dos Beatles e dos Rolling Stones. Chuck continuou
lançando algumas músicas novas, mas sem o sucesso de outrora. Escreveu mais
alguns clássicos, como “Nadine” e “No Particular Place to Go”, e dedica-se a
composições esporádicas, vivendo de seus já concebidos sucessos, ao invés de
criar novas canções. Em 1979, apareceu em um filme, American Hot Wax e
continuou fazendo shows mundo afora.
Problemas com a lei novamente marcaram sua vida. Pouco antes
de uma apresentação para Jimmy Carter na Cassa Branca, Chuck foi preso por cem
dias, acusado de sonegação de impostos.
Em janeiro de 1986, aos 60 anos de idade, entrou para o
primeiro escalão do Hall da Fama do Rock and roll. Em 1987, publica sua
autobiografia, falando acerca das orgias sexuais e de toda a sacanagem que foi
sua vida, no livro – Chuck Berry: The Autobiography. No mesmo ano, Chuck foi
tema do documentário/tributo: Hail!Hail!Rock and roll, concebido por um de seus
mais ilustres fãs, Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones. Nos anos
seguintes, Chuck continuou a fazer turnês.
Em 1990, teve sua casa no Berry Park, seu complexo de
gravação criado nos anos 50, invadida
por policiais. Nela foram encontradas 62 gramas de maconha e fitas de mulheres
usando os banheiros em um restaurante seu, inclusive uma menor. Chuck Berry foi
condenado a seis meses de prisão por posse de maconha, pena substituída por
dois anos de liberdade condicional, e uma doação de US$ 5 mil a um hospital local.
Em 2000, Berry recebeu o prêmio do Kennedy Center Honors, e
foi considerado por Bill Clinton, como “um dos músicos mais influentes do
século 20.” Nas primeiras décadas dos anos 2000, todo o material de Chuck Berry
gravado nos estúdios de Chess, nos anos 50 e 60, foi relançado pela
Hip-O-Select.
Recentemente, Chuck Berry mudou-se para Ladue, Missouri,
perto de St. Louis, onde faz apresentações mensais em Blueberry Hill, um bar e
restaurante, localizado em Delmar Loop, vizinha de St. Louis. Em 2008, realizou
uma turnê em países pela Europa.
Devido à sua idade e a problemas de saúde, Chuck faz 87 anos,
dia 18 de outubro, não continua mais viajando com frequência, preferindo o
descanso. Em 2011, sentiu-se mal em um show, desmaiou e foi retirado do palco
com a ajuda dos produtores do evento.
A importância de Chuck Berry no cenário musical é enorme.
Influenciou profundamente gerações inteiras de músicos, principalmente bandas
de rock. Muitas de suas músicas foram regravadas
por grandes bandas inglesas dos anos 60, como The Beatles, Animals, Rolling
Stones, entre outros, que basearam seu estilo de tocar Rock and roll, no estilo
do grande mestre, Chuck Berry.
Nenhum comentário:
Postar um comentário